segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mateando

Hoje mateando, me lembrei de escrever sobre algo importante, algo às vezes esquecido no tempo ou que pela pressa do mundo atual. Um ritual galponeiro, algo que transcende gerações, o nosso bom e velho amigo, presente em todas as horas o "mate". Escreverei aqui as maneiras tradicionais de se cevar um mate, o modo mais correto, digamos assim a "etiqueta do mateador".

Hoje vejo as pessoas tratando o mate como uma bebida qualquer, algo que se faz de qualquer jeito, com pressa, e se esquecem que o mate tem suas baldas e segredos:

O ato de preparar o mate pode ser chamado de:
Cevar o mate
Fechar o mate
Fazer o mate
Enfrenar o mate


O mate pode ser tomado solito, em parceria ou em roda de mate.
O mate deve sempre ser entregue ou recebido com a mão direita, caso a dierita estiver ocupada, a pessoa deve dizer: -Desculpe a mão!
A que o outro responde: -É a mesma do coração.

Só o cevador pode mexer no mate, a menos que se obtenha licença de faze-lo. Em caso de o barranco se desmanchar ou outro problema o cevador deve ser avisado. O bom cevador, sempre que recebe a cuia, deve ajeitar a bomba para que se renove o fluxo de seiva.

Mate do Estribo- é o mate que se toma antes de ir embora. Quando alguém esta para sair o cevador diz: -"Este é para o estribo!"

Quando alguém diz: -Tome um último mate!, o gaúcho responde: -O último nunca se toma.

Mate do João Cardoso: É aquele mate que nunca chega. Segundo contam, era um sujeito que gostava muito de prosear, e com a promessa que ja vinha o mate deixava presas as pessoas a sua curiosidade.

Cuia de conversar: É uma cuia vazia, que se dá em troca do mate a uma pessoa que está demorando muito a toma-lo, por ficar conversando.

Agora aqui um pouco do vocabulário usado no mate:

Tacuapi = Bomba primitiva usada pelos índios guaranis(feita de bambu), usada para tomar o mate.
Caá = Erva-mate
Caá-y = Bebida do mate= Chimarrão

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Chamamé

Chamamé é um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (i.e. nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul) e em outros países. Em sua origem se integram raízes culturais dos póvos indígenas guaranis, dos exploradores espanhóis e até de imigrantes italianos.

O chamamé é o resultado do amor, da fusão de raças (etnias), que misturadas com o tempo contaram a história do ser humano e de sua paisagem, projetando-se inclusive para outras fronteiras. Utiliza o acordeão e o violão como instrumentos principais.

Do funda da alma(chamamé)- Shana Müller

terça-feira, 11 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

sábado, 13 de março de 2010

Gracias Leonardo (in memorian)




Leonardo (in memorian)

Morreu a 0h5min dia 7/3,o cantor regionalista Jader Moreci Teixeira, 71 anos. Mais conhecido como Leonardo, ele estava internado no Hospital de Viamão desde a última segunda-feira, quando teve pressão baixa. Durante a semana foram detectados problemas renais no cantor.

Na última quinta-feira, após uma hemodiálise, ele teve uma parada cardíaca e foi induzido ao coma. Neste sábado o quadro do cantor apresentou melhoras, mas nesta madrugada não resistiu às complicações renais. Leonardo é autor de sucessos eternos da música gaúcha como Céu, Sol, Sul, Terra e Cor e Tertúlia.

Fiquei sabendo hoje, estou muito triste, nem sei o que falar, mas estou muito orgulhoso deste cantor, que orgulha nossos antepassados e a nós o povo do Rio Grande do Sul.

Luiz Marenco e Jari Terres- Quando o verso vem pras casa

sexta-feira, 12 de março de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Novo projeto de Luiz Marenco:


CONTOS EM CANTO Neste projeto pioneiro, Luiz Marenco coloca a disposição do público infantil toda a sua preocupação para com a valorização e preservação da cultura e folclore regional, pois tem a consciência de que as crianças devem conhecer a sua história, os usos e costumes do povo gaúcho, formando assim, cidadãos compromissados e responsáveis com a sua identidade local e cultural em contraponto com os jogos eletrônicos e a ociosidade em que vivem a maioria das crianças do nosso tempo. A idéia do CD sobre o folclore infantil foi do próprio músico Luiz Marenco e quem viabilizou o projeto junto a Lei de Incentivo a Cultura foi a empresa Soma 3 Assessoria e Consultoria. O projeto, portanto, conta com a aprovação do Ministério da Cultura e já está habilitado para captação dos recursos. Além de evidenciar o folclore gauchesco, Luiz Marenco quer que todos, indistintamente, tenham acesso à esta cultura. Por isso, quando do lançamento do novo CD será disponibilizado um intérprete de Libras e parte da tiragem do CD terá encarte com as letras em braile. O projeto cultural ainda prevê a distribuição de parte dos CDs para escolas municipais, bibliotecas, CTGs e instituições sociais. O lançamento provavelmente será ainda no ano de 2010 e está previsto para as cidades de Pelotas, Porto Alegre e Caxias do Sul sendo que as composições estão sendo criadas pelo compositor Sergio Carvalho, por Luiz Marenco e outros músicos.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Poesia

Coloco aqui uma linda poesia do nosso grande Jayme Caetano Braun:

Remorsos de Castrador

Um pealo --- um tombo --- grunhidos
de impotente rebeldia,
o sangue da cirurgia
No laço e no maneador.
Nada pra tapear a dor
do potro que --- sem saber,
perdeu a razão de ser
na faca do castrador.

Há um bárbara eficiência
nessa rude medicina,
a faca é limpa na crina
que alvoroçada revoa,
pouco interessa que doa,
a dor faz parte da vida.
Há de sarar em seguida,
desde guri tem mão boa.

Aprendeu --- nem sabe como,
a estancar uma sangria.
Sem noções de anatomia
é um cirurgião instintivo
que --- por vezes --- pensativo,
afundou na realidade
da crua barbaridade
desse ritual primitivo.

Já faz tempo --- muito tempo,
que um dia --- na falta doutro,
castrou seu primeiro potro,
um zaino negro tapado.
Que pena vê-lo castrado,
o entreperna coloreando
e os olhos recriminando,
num protesto amargurado.

Depois do zaino --- um tordilho,
depois --- baios e gateados,
um por um sacrificados
pela faca carneadeira
e o rude altar da mangueira
a pedir mais sacrifícios
dos bravos fletes patrícios,
titãs de campo e fronteira.

Por muitos e muitos anos
andou nos galpões do pampa,
castrando pingos de estampa
com renomada experiência,
cavalos reis de querência,
parelheiros afamados,
pela faca condenados
a morrer sem descendência.

Às vezes, durante a noite,
um pesadelo o volteia
e o remorso paleteia.
Castrador!... que judiaria!
E quando sem serventia
por aí deixar semente
no mundo onde há tanta gente
pedindo essa cirurgia.

E ali está --- defronte ao rancho,
pastando o mouro do arreio,
pingo de campo e rodeio
que castrou --- quando potrilho.
O mouro --- mesmo que filho
do xirú velho campeiro,
o último companheiro
do seu viver andarilho.

Na primavera --- outro dia,
um potranca lazona,
linda como temporona,
vestida em pelagem de ouro,
veio se esfregar no mouro,
mordiscando pelo e crina,
mais amorosa que china
num princípio de namoro!

E o mouro? --- pobre do mouro!
Não pode ter namorada.
Veio, direto à ramada,
numa agonia sem fim,
olhando pro dono, assim,
num bárbaro desespero,
como dizendo: parceiro,
vê o que fizeste de mim!!