Hoje mateando, me lembrei de escrever sobre algo importante, algo às vezes esquecido no tempo ou que pela pressa do mundo atual. Um ritual galponeiro, algo que transcende gerações, o nosso bom e velho amigo, presente em todas as horas o "mate". Escreverei aqui as maneiras tradicionais de se cevar um mate, o modo mais correto, digamos assim a "etiqueta do mateador".
Hoje vejo as pessoas tratando o mate como uma bebida qualquer, algo que se faz de qualquer jeito, com pressa, e se esquecem que o mate tem suas baldas e segredos:
O ato de preparar o mate pode ser chamado de:
Cevar o mate
Fechar o mate
Fazer o mate
Enfrenar o mate
O mate pode ser tomado solito, em parceria ou em roda de mate.
O mate deve sempre ser entregue ou recebido com a mão direita, caso a dierita estiver ocupada, a pessoa deve dizer: -Desculpe a mão!
A que o outro responde: -É a mesma do coração.
Só o cevador pode mexer no mate, a menos que se obtenha licença de faze-lo. Em caso de o barranco se desmanchar ou outro problema o cevador deve ser avisado. O bom cevador, sempre que recebe a cuia, deve ajeitar a bomba para que se renove o fluxo de seiva.
Mate do Estribo- é o mate que se toma antes de ir embora. Quando alguém esta para sair o cevador diz: -"Este é para o estribo!"
Quando alguém diz: -Tome um último mate!, o gaúcho responde: -O último nunca se toma.
Mate do João Cardoso: É aquele mate que nunca chega. Segundo contam, era um sujeito que gostava muito de prosear, e com a promessa que ja vinha o mate deixava presas as pessoas a sua curiosidade.
Cuia de conversar: É uma cuia vazia, que se dá em troca do mate a uma pessoa que está demorando muito a toma-lo, por ficar conversando.
Agora aqui um pouco do vocabulário usado no mate:
Tacuapi = Bomba primitiva usada pelos índios guaranis(feita de bambu), usada para tomar o mate.
Caá = Erva-mate
Caá-y = Bebida do mate= Chimarrão
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Chamamé
Chamamé é um gênero musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (i.e. nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul) e em outros países. Em sua origem se integram raízes culturais dos póvos indígenas guaranis, dos exploradores espanhóis e até de imigrantes italianos.
O chamamé é o resultado do amor, da fusão de raças (etnias), que misturadas com o tempo contaram a história do ser humano e de sua paisagem, projetando-se inclusive para outras fronteiras. Utiliza o acordeão e o violão como instrumentos principais.
Do funda da alma(chamamé)- Shana Müller
O chamamé é o resultado do amor, da fusão de raças (etnias), que misturadas com o tempo contaram a história do ser humano e de sua paisagem, projetando-se inclusive para outras fronteiras. Utiliza o acordeão e o violão como instrumentos principais.
Do funda da alma(chamamé)- Shana Müller
terça-feira, 11 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
sexta-feira, 30 de abril de 2010
sábado, 3 de abril de 2010
terça-feira, 16 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
Leonardo (in memorian)
Morreu a 0h5min dia 7/3,o cantor regionalista Jader Moreci Teixeira, 71 anos. Mais conhecido como Leonardo, ele estava internado no Hospital de Viamão desde a última segunda-feira, quando teve pressão baixa. Durante a semana foram detectados problemas renais no cantor.
Na última quinta-feira, após uma hemodiálise, ele teve uma parada cardíaca e foi induzido ao coma. Neste sábado o quadro do cantor apresentou melhoras, mas nesta madrugada não resistiu às complicações renais. Leonardo é autor de sucessos eternos da música gaúcha como Céu, Sol, Sul, Terra e Cor e Tertúlia.
Fiquei sabendo hoje, estou muito triste, nem sei o que falar, mas estou muito orgulhoso deste cantor, que orgulha nossos antepassados e a nós o povo do Rio Grande do Sul.
Na última quinta-feira, após uma hemodiálise, ele teve uma parada cardíaca e foi induzido ao coma. Neste sábado o quadro do cantor apresentou melhoras, mas nesta madrugada não resistiu às complicações renais. Leonardo é autor de sucessos eternos da música gaúcha como Céu, Sol, Sul, Terra e Cor e Tertúlia.
Fiquei sabendo hoje, estou muito triste, nem sei o que falar, mas estou muito orgulhoso deste cantor, que orgulha nossos antepassados e a nós o povo do Rio Grande do Sul.
sexta-feira, 12 de março de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Novo projeto de Luiz Marenco:
CONTOS EM CANTO Neste projeto pioneiro, Luiz Marenco coloca a disposição do público infantil toda a sua preocupação para com a valorização e preservação da cultura e folclore regional, pois tem a consciência de que as crianças devem conhecer a sua história, os usos e costumes do povo gaúcho, formando assim, cidadãos compromissados e responsáveis com a sua identidade local e cultural em contraponto com os jogos eletrônicos e a ociosidade em que vivem a maioria das crianças do nosso tempo. A idéia do CD sobre o folclore infantil foi do próprio músico Luiz Marenco e quem viabilizou o projeto junto a Lei de Incentivo a Cultura foi a empresa Soma 3 Assessoria e Consultoria. O projeto, portanto, conta com a aprovação do Ministério da Cultura e já está habilitado para captação dos recursos. Além de evidenciar o folclore gauchesco, Luiz Marenco quer que todos, indistintamente, tenham acesso à esta cultura. Por isso, quando do lançamento do novo CD será disponibilizado um intérprete de Libras e parte da tiragem do CD terá encarte com as letras em braile. O projeto cultural ainda prevê a distribuição de parte dos CDs para escolas municipais, bibliotecas, CTGs e instituições sociais. O lançamento provavelmente será ainda no ano de 2010 e está previsto para as cidades de Pelotas, Porto Alegre e Caxias do Sul sendo que as composições estão sendo criadas pelo compositor Sergio Carvalho, por Luiz Marenco e outros músicos.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
sábado, 6 de fevereiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Poesia
Coloco aqui uma linda poesia do nosso grande Jayme Caetano Braun:
Remorsos de Castrador
Um pealo --- um tombo --- grunhidos
de impotente rebeldia,
o sangue da cirurgia
No laço e no maneador.
Nada pra tapear a dor
do potro que --- sem saber,
perdeu a razão de ser
na faca do castrador.
Há um bárbara eficiência
nessa rude medicina,
a faca é limpa na crina
que alvoroçada revoa,
pouco interessa que doa,
a dor faz parte da vida.
Há de sarar em seguida,
desde guri tem mão boa.
Aprendeu --- nem sabe como,
a estancar uma sangria.
Sem noções de anatomia
é um cirurgião instintivo
que --- por vezes --- pensativo,
afundou na realidade
da crua barbaridade
desse ritual primitivo.
Já faz tempo --- muito tempo,
que um dia --- na falta doutro,
castrou seu primeiro potro,
um zaino negro tapado.
Que pena vê-lo castrado,
o entreperna coloreando
e os olhos recriminando,
num protesto amargurado.
Depois do zaino --- um tordilho,
depois --- baios e gateados,
um por um sacrificados
pela faca carneadeira
e o rude altar da mangueira
a pedir mais sacrifícios
dos bravos fletes patrícios,
titãs de campo e fronteira.
Por muitos e muitos anos
andou nos galpões do pampa,
castrando pingos de estampa
com renomada experiência,
cavalos reis de querência,
parelheiros afamados,
pela faca condenados
a morrer sem descendência.
Às vezes, durante a noite,
um pesadelo o volteia
e o remorso paleteia.
Castrador!... que judiaria!
E quando sem serventia
por aí deixar semente
no mundo onde há tanta gente
pedindo essa cirurgia.
E ali está --- defronte ao rancho,
pastando o mouro do arreio,
pingo de campo e rodeio
que castrou --- quando potrilho.
O mouro --- mesmo que filho
do xirú velho campeiro,
o último companheiro
do seu viver andarilho.
Na primavera --- outro dia,
um potranca lazona,
linda como temporona,
vestida em pelagem de ouro,
veio se esfregar no mouro,
mordiscando pelo e crina,
mais amorosa que china
num princípio de namoro!
E o mouro? --- pobre do mouro!
Não pode ter namorada.
Veio, direto à ramada,
numa agonia sem fim,
olhando pro dono, assim,
num bárbaro desespero,
como dizendo: parceiro,
vê o que fizeste de mim!!
Remorsos de Castrador
Um pealo --- um tombo --- grunhidos
de impotente rebeldia,
o sangue da cirurgia
No laço e no maneador.
Nada pra tapear a dor
do potro que --- sem saber,
perdeu a razão de ser
na faca do castrador.
Há um bárbara eficiência
nessa rude medicina,
a faca é limpa na crina
que alvoroçada revoa,
pouco interessa que doa,
a dor faz parte da vida.
Há de sarar em seguida,
desde guri tem mão boa.
Aprendeu --- nem sabe como,
a estancar uma sangria.
Sem noções de anatomia
é um cirurgião instintivo
que --- por vezes --- pensativo,
afundou na realidade
da crua barbaridade
desse ritual primitivo.
Já faz tempo --- muito tempo,
que um dia --- na falta doutro,
castrou seu primeiro potro,
um zaino negro tapado.
Que pena vê-lo castrado,
o entreperna coloreando
e os olhos recriminando,
num protesto amargurado.
Depois do zaino --- um tordilho,
depois --- baios e gateados,
um por um sacrificados
pela faca carneadeira
e o rude altar da mangueira
a pedir mais sacrifícios
dos bravos fletes patrícios,
titãs de campo e fronteira.
Por muitos e muitos anos
andou nos galpões do pampa,
castrando pingos de estampa
com renomada experiência,
cavalos reis de querência,
parelheiros afamados,
pela faca condenados
a morrer sem descendência.
Às vezes, durante a noite,
um pesadelo o volteia
e o remorso paleteia.
Castrador!... que judiaria!
E quando sem serventia
por aí deixar semente
no mundo onde há tanta gente
pedindo essa cirurgia.
E ali está --- defronte ao rancho,
pastando o mouro do arreio,
pingo de campo e rodeio
que castrou --- quando potrilho.
O mouro --- mesmo que filho
do xirú velho campeiro,
o último companheiro
do seu viver andarilho.
Na primavera --- outro dia,
um potranca lazona,
linda como temporona,
vestida em pelagem de ouro,
veio se esfregar no mouro,
mordiscando pelo e crina,
mais amorosa que china
num princípio de namoro!
E o mouro? --- pobre do mouro!
Não pode ter namorada.
Veio, direto à ramada,
numa agonia sem fim,
olhando pro dono, assim,
num bárbaro desespero,
como dizendo: parceiro,
vê o que fizeste de mim!!
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