domingo, 20 de dezembro de 2009

Artesanato

HISTÓRIA DO BORDADO

Bordado é uma forma de criar a mão ou a máquina desenhos e figuras ornamentais em um tecido, utilizando para este fim diversos tipos de ferramentas como agulhas, fios de algodão, de seda, de lã, de linho, de metal etc., de maneira que os fios utilizados formem o desenho desejado.

Os registros históricos do ponto cruz coincidem com a pré-história. No tempo das cavernas, servia para costurar as vestimentas, feitas de pele de animal. Usavam agulha de osso e no lugar de linhas, tripas de animais ou fibras vegetais. Fragmentos de linho datados de 5000 a.C., retirados de túmulos egípcios em escavações arqueológicas, revelaram que o ponto cruz era usado para cerzir peças de tecido. Na antiguidade, os romanos descreviam o bordado como "a pintura de uma agulha “, mas foram os babilônicos que batizaram esta técnica. Existem controvérsias sobre a origem do ponto cruz , da forma como é utilizada hoje. Alguns acreditam que ela tenha surgido na China, espalhando-se pela Europa, Ásia e Estados Unidos, principalmente pela Inglaterra. Em 1500, começam a circular os primeiros diagramas impressos, vindo sobretudo, da Alemanha e Itália, com motivos de flores e animais, figuras heráldicas e religiosas, cheias de símbolos como cruzes, cálices e pombas. No ano de 1600, chegam os novos corantes vindos da América, econômicos e fáceis de usar, permitindo tingir de vermelho os fios, o que proporcionou os bordados em vermelho com fundo branco, que se tornaram muito populares. Desenhar as proprias iniciais com fio e agulha foi seguramente para muitas mulheres a primeira forma de escrita. Não somente se bordava nos conventos, como também nos salões .O ponto cruz e o bordado em geral passaram de um aprendizado obrigatório na escola, a um passatempo da moda, sendo um sinal de distinção tipicamente feminina. A mulher firmava sua posição, decorando cada canto de sua casa, toalhas, tapetes, cortinas, etc.
Foi em meio a uma "epidemia" de ponto cruz, feito por pessoas das mais diversas posições sociais, no século XVIII, que surgiram os mostruários: uma forma de facilitar a escolha dos motivos das cores.

Desde a Idade Média até os dias atuais o prestígio do ponto cruz nunca diminuiu. Os motivos ganharam novas inspirações e muita vitalidade, levando os trabalhos às possibilidades de enriquecer a decoração, dar ares a criatividade e também valorizar a habilidade manual.

A técnica para fazer o ponto cruz é simples e proporciona uma atividade relaxante, que não sobrecarrega a mente. Enquanto trabalhamos com o ponto cruz podemos ouvir música, conversar, e sempre retomar o trabalho interrompido do ponto em que paramos.


Couro

A cultura popular caracteriza-se por diversos aspectos, geralmente ignorados pela classe erudita, todos eles fundamentados na tradição do povo. Representa as manifestações naturais de um grupo social, cultuadas através de gerações de maneira espontânea, sem a influência de escolas ou de igrejas, transmissíveis no tempo pela oralidade e que caracterizam esse povo pelas marcas de seus usos e costumes que revelam.

Nos primórdios da vida do Rio Grande do Sul, no aspecto sócio-econômico, foi o couro, sem dúvida, a mercadoria que por primeiro foi exportada, juntamente com o sebo e os cabelos dos animais abatidos.

Usando-o bruto a princípio, e curtido mais tarde, os primeiros povoadores puderam dar asas à sua imaginação, após satisfeita a necessidade de alimentação, buscando atender ao binômio morada e trabalho, fazendo uso do único artigo então à sua mão - o couro.

Tradicionalmente, o artesanato do Rio Grande do Sul, sempre foi um dos mais expressivos no contexto do país, quer por sua riqueza de detalhes, sua expressividade e, principalmente, por transmitir de geração para geração as tradições mais caras do Estado.

O artesanato não é apenas uma forma de extravasamento de uma arte, mas também um meio de vida para muitas famílias gaúchas.

À medida que vamos estudando a maneira de viver da incipiente comunidade, seu "habitat", suas potencialidades, material de que dispunha, seu comércio, enfim todas as suas necessidades, verificamos que o gaúcho encontrou no couro, a matéria-prima de que necessitava. Em suas mãos, transformou-se em material mágico, dada a sua serventia para tudo. Foi mesmo "pau para toda obra".

Preparado, dividido e subdividido conforme as necessidades, o couro substituía o ferro, o zinco, a madeira, os tecidos, os pregos, os parafusos, as molas, as cordas, etc, pela inexistência desses materiais e implementos nos confins onde moravam. E com as seguintes vantagens: facilidade de aquisição e de preparo.

O couro, tanto de gado vacum, como de muar a cavalar, recebeu no Rio Grande do Sul, aplicações desconhecidas em outras partes do país.
Devido às precariedades de vida, utilizava-se os instrumentos e locais que eram de seu alcance para curtir e confeccionar suas utilidades.

Como oficina, a imensidão dos campos, a sombra de uma ramada, ou um singelo e rústico galpão.
Como ferramenta, apenas uma faca bem afiada e uma chaira ou uma pedra-de-amolar.

A mesa de trabalho primitiva era o tronco de uma árvore, o próprio solo, ou a parede do seu rancho, ou ainda, um palanque fincado no chão.
Os artesanatos foram aos poucos se transformando em indústrias. Com a industrialização as relações do trabalho mudaram, o artesão que domina a totalidade da técnica sobre o bem produzido, vai ser substituído pelo especialista na industria, obedecendo as leis do mercado trazendo custos sociais como o desemprego e a insolvência do artesão tradicional.

O setor de artesanato, outrora florescente, limita-se hoje a pequenas oficinas que empregam métodos tradicionais de trabalho. É o caso do couro, das selarias, dos trajes gaúchos, das peças para montaria, etc.

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